sábado, 2 de maio de 2009

"Vamos executar sua filha e não há nada que vocês possam fazer"

Grupos internacionais de defesa dos direitos humanos protestaram contra a execução, na sexta-feira, de uma jovem iraniana condenada por um assassinato cometido quando ela tinha apenas 17 anos de idade. O enforcamento de Delara Darabi, de 23 anos, ocorreu apesar de a jovem ter sustentado durante seu julgamento que era inocente. Ela havia confessado inicialmente a morte de um primo de seu pai, mas posteriormente disse ter feito a confissão para salvar o namorado. A Justiça iraniana havia recentemente concedido uma suspensão da execução por dois meses, mas o advogado da jovem disse que as autoridades prisionais ignoraram a ordem e a enforcaram sem aviso prévio. A Anistia Internacional declarou estar "escandalizada" com a execução e disse que Darabi não teve direito a um julgamento justo. Segundo a organização, desde 1990 o Irã executou 42 pessoas que haviam cometido crimes antes dos 18 anos, em desacordo com as leis internacionais. O caso de Delara Darabi gerou grande atenção internacional após pinturas e desenhos dramáticos criados por ela em sua cela serem divulgados pelo mundo. O correspondentes internacionais em Teerã disseram que na manhã de sexta-feira Darabi fez uma ligação telefônica desesperada para seus pais, dizendo que podia ver o carrasco por perto. "Mãe, eles vão me executar, por favor, me salve", disse ela, antes de um carcereiro tomar o telefone e afirmar: "Vamos executar sua filha e não há nada que vocês possam fazer sobre isso". Hassiba Hadj Sahrahoi, sub-diretora da Anistia Internacional para o Oriente Médio e o Norte da África, disse que a execução rápida foi uma ação cínica para evitar protestos internacionais. "A Anistia Internacional está escandalizada com a execução de Delara Darabi, particularmente com a notícia de que seu advogado não foi informado", disse. Segundo Sahrahoi, a organização não considera o julgamento de Darabi como justo, "já que os tribunais se recusaram a considerar novas provas que seu advogado dizia que poderiam te-la inocentado e mostrado que ela não cometeu o assassinato".

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