Muitas das tecnologias que estão a serviço da medicina parecem ficção científica. O que dizer de uma pílula capaz de fornecer imagens detalhadas de todo o aparelho digestivo enquanto percorre o organismo? A invenção da Philips, que também transporta medicamentos, chama-se Ipill e está disponível no Brasil. Mas, muito além do aspecto curioso, o melhor das últimas novidades em diagnóstico por imagem é que elas de fato estão salvando vidas. Quanto mais avançada e precisa a tecnologia, mais cedo um diagnóstico pode ser feito e o tratamento iniciado. O coração está entre os principais beneficiados pelos avanços. No Instituto do Coração (InCor), em São Paulo, estão disponíveis alguns dos principais exemplos desses modernos recursos. Um deles é a ecocardiografia com contraste de microbolhas. As microbolhas são estruturas microscópicas injetadas na corrente sanguínea e que emitem ondas de ultra-som, possibilitando a captação de imagens minúsculas sobre a circulação do sangue no coração. Isso significa que os especialistas têm uma visão de detalhes mínimos do funcionamento do órgão, e enquanto ele bate normalmente. As bolhas são formadas por cápsulas de proteína ou lipídeos que depois serão metabolizados. Além disso, a tecnologia apresenta uma vantagem em relação à ressonância magnética, outro método de diagnóstico por imagem. "Ela usa apenas ondas de ultra-som, e não radiação ionizante, que pode fazer mal ao organismo", afirma o cardiologista Wilson Mathias, diretor do Centro de Pesquisa em Cardiologia e Ecocardiografia do instituto. Contra o câncer, as opções se diversificam, a exemplo do que está ocorrendo na cardiologia. Um dos recursos mais recentes disponível para os pacientes é a Tomografia por Emissão de Pósitron (PET, na sigla em inglês), oferecida em centros de saúde como o Hospital Pró-Cardíaco, no Rio, e no InCor. O aparelho é usado para ajudar a detectar a metástase, processo no qual um tumor prolifera pelo corpo. O equipamento realiza essa função com a ajuda de uma combinação de glicose e um componente radioativo injetada na corrente sanguínea. "É como se acendêssemos uma luz somente nas células tumorais", exemplifica Cláudio Tinoco Mesquita, chefe do Serviço de Medicina Nuclear do Pró-Cardíaco. Dessa maneira, os especialistas mapeiam onde estão as células doentes.
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