Mulher britânica que sofreu por quase uma década de depressão aguda conseguiu conter o problema graças a uma cirurgia pioneira realizada por uma equipe de pesquisadores da Universidade de Bristol. A depressão levou Sheila Cook, de 62 anos, a se aposentar precocemente e a deixou incapaz de se vestir ou de se alimentar sozinha. Pensamentos sobre suicídio passaram a ser frequentes. Mas a operação realizada no hospital Frenchay, em Bristol, restaurou sua vontade de viver. A técnica, chamada de estimulação cerebral profunda, envolve o uso de fios e eletrodos implantados no cérebro por meio de furos abertos no crânio. Os eletrodos são ligados a uma bateria que envia pequenas quantidades de eletricidade para estimular ou inibir o funcionamento de áreas específicas do cérebro, responsáveis pelo controle das emoções. Os pesquisadores estão analisando os efeitos em duas áreas diferentes do cérebro com oito pacientes. Sheila Cook foi a primeira a passar pela operação, com bons resultados iniciais. “Eu somente queria que a vida terminasse. Era como estar em um túnel escuro, mas em vez de luz no fim do túnel, havia apenas escuridão”, disse ela. “De repente acordei uma manhã e vi que me sentia diferente, queria me levantar e fazer coisas. Minha visão sobre a vida mudou completamente”, completou. Apesar da melhora inicial, Cook teve uma recaída posterior e acabou passando por uma operação mais radical, numa técnica também pioneira em que uma área do cérebro foi danificada para inibir seu funcionamento. Mas os pesquisadores esperam desenvolver a técnica de estimulação cerebral profunda para que ela tenha efeito duradouro ou definitivo e evite a necessidade de novas operações, como no caso de Cook.
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