quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Economia global terá em 2009 pior resultado do pós-guerra

O relatório mensal da consultoria britânica Economist Intelligence Unit (EIU) prevê retração de 0,4% na economia mundial em 2009, o pior desempenho desde o final da Segunda Guerra Mundial. De acordo com a consultoria, o impacto da crise econômica será sentido ainda em 2010, com uma recuperação lenta e crescimento global de 1,5%. Quando medida em termos de paridade de poder de compra (que ajusta os valores absolutos do PIB de acordo com o custo de vida em cada país), a taxa de crescimento econômico global para 2009 será 0,7%, a menor desde o início da década de 80. O documento da EIU prevê que a política macroeconômica dos países desenvolvidos continuará “agressivamente expansiva”, tendo em vista o enfraquecimento do crescimento global. Segundo o relatório, o Brasil “não está imune à crise econômica global” e os eventos das últimas semanas, incluindo a rápida desvalorização do real, seriam exemplos claros da vulnerabilidade brasileira à crise. O documento prevê um crescimento de 5,3% para 2008, mas alerta para uma mudança na estrutura do crescimento no último trimestre, com queda no investimento, consumo privado e importações reais. De acordo com a EIU, a “desvalorização significativa do real irá restringir a liquidez doméstica e piorar ainda mais as condições de crédito, pressionando os devedores e prejudicando ainda mais as previsões para consumo e investimento”. Nas revisões feitas a partir do relatório de novembro, a EIU revisou para cima a retração econômica nos Estados Unidos, Japão e nos países da zona do euro. No mês passado, a consultoria havia previsto que a retração iria variar entre 0% e 0,5%. No entanto, o relatório afirma que “a economia global se deteriorou de maneira significativa em novembro e dezembro” e por isso, a revisão divulgada nesta semana prevê que a retração econômica nestes países será entre 1% e 2%. Além disso, o documento alerta para a saúde da economia chinesa, afetada pelo enfraquecimento das exportações e pela fragilidade do setor da construção civil no país.

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