Pelo menos 300 meninas no sul do Quênia fugiram de suas casas e buscaram refúgio em igrejas para tentar escapar de rituais de mutilação genital feminina, de acordo com a polícia queniana. Fontes policiais da província de Nyanza disseram à que meninas de até nove anos de idade estão refugiadas nas duas igrejas, que funcionam como centros de apoio às meninas na região. A mutilação genital feminina, ou circuncisão, é proibida no Quênia, mas continua sendo praticada em áreas rurais do país, onde é considerada um rito de passagem para a vida adulta. Os rituais acontecem geralmente entre novembro e dezembro. A polícia vem protegendo as duas igrejas para impedir que as garotas sejam removidas. Segundo a integrante do governo local e ativista em defesa dos direitos das mulheres, Beatrice Robi, cerca de 200 meninas vêm sendo circuncidadas por dia, inclusive uma de sete anos de idade teve seus órgãos genitais mutilados. "Um número ainda maior de garotas, que estão em suas casas, estão sendo mutiladas, seja voluntariamente ou à força", disse ela. O administrador do distrito de Kuria, Paul Wanjama, disse que, geralmente, as meninas fogem de casa nesta época, esperando o fim da temporada. "Alguns dos pais são contra (a mutilação) mas são pressionados pelos tradicionalistas", disse ele. Perda do prazer sexual, infecções urinárias, relações sexuais dolorosas e infertilidade estão entre as conseqüências da mutilação para a saúde das mulheres, sem contar uma série de problemas psicológicos, como ansiedade e depressão. A prática é justificada como forma de promover a virgindade, a fertilidade e prevenir a promiscuidade feminina. A cada ano, cerca de 2 milhões de mulheres são vítimas de algum tipo de mutilação genital em todo o mundo, a maioria na África. Estima-se que cerca de 130 milhões de mulheres vivam com o clitóris e os lábios vaginais parcialmente ou totalmente removidos.
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