Um dos assuntos que esteve em pauta nos últimos dias, foi um garoto de apenas oito anos ter não só passado no vestibular para o curso de direito em Goiás, como conseguido se matricular. Assistindo uma entrevista dele acompanhados dos pais acabei por confirmar aquilo que já suspeitava: Fanfarronice, pabulagem, quixotismo e etc. por parte de pais exibicionistas. O que se notou foi um garoto com ares de fantoche pronunciando palavras previamente instruídas por seu pai. O pouco que respondeu foi através de frases prontas deixando transparecer que foram muito bem ensaiadas. A mãe usou e abusou de um proselitismo bastante acentuado demonstrando ser sectária da presepada toda. Ta mais na cara do que nariz que o ensino há muito virou comércio, prova é que o garoto que disse estar na 5ª deveria de estar cursando a 2ª ou no máximo 3ª série. A matemática é a única ciência exata e se ele tem 8 anos para estar cursando a 5ª série ele teria que ter começado a estudar com 3 anos, o que diga-se de passagem, mesmo que tivesse conseguido, é ilegal. Levando em consideração o mercantilismo adotado no sistema de educação no Brasil, o repórter perguntou se ele achava que conseguiria passar num vestibular de uma universidade pública. O garoto olhou para os pais e respondeu com olhar de medo que se estudasse, talvez fosse possível. Os pais com ar de orgulho e com caras de idiotas sorriram. Esse tipo de pressão psicológica e de uso dos filhos para se auto projetarem é um ato de vilipêndio que deveria não só ser repudiado como até mesmo punido. Se a historia fosse outra e João Vitor tivesse rodado o trauma poderia ter conseqüências imprevisíveis. O garoto ainda falou que já leu 5 livros este ano, e olha que estamos só em março. Porém , quando indagado a respeito do título dos livros e se lembrou de apenas dois. Isso mais uma vez prova que o regime adotado por esses “bondosos e modernos pais” como forma de educação para João Vitor é tão somente pressão psicológica.
Em tempo:
Se alguém quiser saber do desempenho do curso de Direito da Unip de Goiânia (ou de qualquer outro curso do país), basta perder dois minutos, ir à página do Inep na Internet, clicar no site do Enade, e colocar lá os dados do curso a ser pesquisado. O da Unip de Goiânia está lá. Existe relatório do ano de 2006. Nele transparece que a universidade não é exatamente uma Harvard e não está em suas deficiências, longe da média nacional: o escore dos seus concluintes é de 42 pontos (de 100 possíveis), contra 44,7 da média nacional.
Um comentário:
O pior é que os pais colocam na cabecinha dessas crianças que a vida é isso aí, que tudo é muito fácil e que o mundo é feito de "atalhos".
Val
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