domingo, 9 de março de 2008

O mercantilismo no ensino e a ausência da ética no país dos "espertos"

Um dos assuntos que esteve em pauta nos últimos dias, foi um garoto de apenas oito anos ter não só passado no vestibular para o curso de direito em Goiás, como conseguido se matricular. Assistindo uma entrevista dele acompanhados dos pais acabei por confirmar aquilo que já suspeitava: Fanfarronice, pabulagem, quixotismo e etc. por parte de pais exibicionistas. O que se notou foi um garoto com ares de fantoche pronunciando palavras previamente instruídas por seu pai. O pouco que respondeu foi através de frases prontas deixando transparecer que foram muito bem ensaiadas. A mãe usou e abusou de um proselitismo bastante acentuado demonstrando ser sectária da presepada toda. Ta mais na cara do que nariz que o ensino há muito virou comércio, prova é que o garoto que disse estar na 5ª deveria de estar cursando a 2ª ou no máximo 3ª série. A matemática é a única ciência exata e se ele tem 8 anos para estar cursando a 5ª série ele teria que ter começado a estudar com 3 anos, o que diga-se de passagem, mesmo que tivesse conseguido, é ilegal. Levando em consideração o mercantilismo adotado no sistema de educação no Brasil, o repórter perguntou se ele achava que conseguiria passar num vestibular de uma universidade pública. O garoto olhou para os pais e respondeu com olhar de medo que se estudasse, talvez fosse possível. Os pais com ar de orgulho e com caras de idiotas sorriram. Esse tipo de pressão psicológica e de uso dos filhos para se auto projetarem é um ato de vilipêndio que deveria não só ser repudiado como até mesmo punido. Se a historia fosse outra e João Vitor tivesse rodado o trauma poderia ter conseqüências imprevisíveis. O garoto ainda falou que já leu 5 livros este ano, e olha que estamos só em março. Porém, quando indagado a respeito do título dos livros e se lembrou de apenas dois. Isso mais uma vez prova que o regime adotado por esses “bondosos e modernos pais” como forma de educação para João Vitor é tão somente pressão psicológica.
Em tempo:
Se alguém quiser saber do desempenho do curso de Direito da Unip de Goiânia (ou de qualquer outro curso do país), basta perder dois minutos, ir à página do Inep na Internet, clicar no site do Enade, e colocar lá os dados do curso a ser pesquisado. O da Unip de Goiânia está lá. Existe relatório do ano de 2006. Nele transparece que a universidade não é exatamente uma Harvard e não está em suas deficiências, longe da média nacional: o escore dos seus concluintes é de 42 pontos (de 100 possíveis), contra 44,7 da média nacional.

Um comentário:

Anônimo disse...

O pior é que os pais colocam na cabecinha dessas crianças que a vida é isso aí, que tudo é muito fácil e que o mundo é feito de "atalhos".
Val