Um festival internacional reúne no centro cultural da cidade de Mons, na Bélgica, uma coleção de 140 pôsteres de caráter político, que denunciam em imagens momentos históricos e fatos polêmicos que marcaram os últimos anos. Criado em 1978, a Trienal Internacional de Pôsteres Políticos conta este ano com o trabalho de programadores gráficos de quase 50 países, incluindo os do brasileiro Paulo Moretto. “A produção contemporânea desses cartazes aborda múltiplos temas da vida em sociedade: o desarmamento, o conflito entre Oriente e Ocidente, a fome no mundo, o racismo, a Aids. Esses rabalhos são testemunhas da História imediata e traduzem o estado do mundo e as preocupações dos cidadãos”, afirma a organização do evento. Em dois pôsteres entitulados Grand Circus Brasilis, Moretto ironiza a situação político-social brasileira anunciando “um circo imaginário no qual personagens do cenário nacional transformam-se em atrações bizarras”, segundo o autor. O primeiro prêmio foi dado a um pôster criado pelo finlandês Timo Berry para a Anistia Internacional, em protesto ao assassinato da jornalista russa Ana Politovskaia, em novembro do ano passado. O segundo lugar ficou com dois trabalhos do israelense Yossi Lemel. Em United colors of beton, que pode ser traduzido para cores unidas do concreto, Lemel faz um trocadilho com o slogan da marca de roupas Benetton para criticar a construção pelo governo israelense de um muro que isola os territórios palestinos.A belga Alizée Freudenthal recebeu menção honrosa por Mulheres em perigo. Criado para a organização não-governamental de mesmo nome, o pôster alerta para o problema da violência doméstica por meio da imagem de um seio a ponto de ter o mamilo cortado por uma tesoura.
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