quarta-feira, 2 de maio de 2012

Robôs jornalistas ganham espaço na mídia norte-americana

Um blog que começou a ser publicado em outubro do ano passado no site da revista Forbes, vem provocando discussão na mídia americana e mundial. Mantido pela empresa Narrative Science, ele divulga, todos os dias, dezenas de análises de ações negociadas nas bolsas americanas. Os textos do blog são inteiramente escritos por um software de inteligência artificial, sem interferência humana. E não é fácil distinguir esses textos de outros similares, produzidos por humanos. É o exemplo mais conhecido de uma tendência que vem ganhando força nos Estados Unidos e que deve se alastrar nos próximos anos. Sistemas de inteligência artificial também já produzem noticiário esportivo, matérias sobre restaurantes e análises do desempenho de candidatos à presidência americana nas redes sociais, por exemplo. A Narrative Science nasceu de um trabalho acadêmico na universidade Northwestern, em Evanston, cerca de 40 quilômetros ao norte de Chicago. Lá, uma equipe que reunia jornalistas e engenheiros criou um software capaz de narrar partidas de beisebol. Em 2010, eles montaram a empresa para desenvolver e comercializar seu invento. O sistema escreve notícias e relatórios que seguem uma estrutura fixa, sempre com base em dados disponíveis na forma de números ou textos (o computador ainda não aprendeu a fazer entrevistas, é claro). A matéria-prima podem ser informações das bolsas de valores, de sites especializados, do Twitter e de apps para smartphone onde a torcida pode comentar um jogo, por exemplo. O software analisa os dados, determina o que é importante e transforma isso em texto seguindo fórmulas pré-configuradas. Quando a Narrative Science fecha um contrato com um novo cliente, um grupo de meta-redatores configura o software para que siga os padrões de texto desse cliente. A equipe leva em conta as preferências do público leitor. Nos esportes, por exemplo, há mais ênfase às boas jogadas do que aos erros cometidos pelos jogadores. Cada texto procura seguir o estilo usual do tema. Assim, as palavras empregadas numa notícia sobre beisebol são diferentes daquelas usadas num texto sobre finanças.

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