segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Boxeador que passou 26 anos na cadeia injustamente vence 1ª luta profissional

Um americano que passou 26 anos na prisão por um crime que não cometeu venceu sua primeira luta profissional de boxe aos 52 anos de idade. Dewey Bonzella derrotou o rival 22 anos mais jovem, Larry Hopkins, por pontos em uma decisão unânime. "Este é o melhor momento da minha vida", disse ele após a luta a ESPN. Na semana passada, Bozella recebeu um telefonema do presidente Barack Obama desejando a ele boa sorte em sua estreia profissional. Em 1983, Bozella - que viu o pai espancar a mãe grávida até a morte quando era criança - foi condenado pelo brutal assassinato de uma senhora de 92 anos. Ao longo dos anos que passou na prisão de Sing Sing, em Nova York, ele sempre afirmou ser inocente e recusou quatro oportunidades diferentes de ter a pena reduzida em troca de uma admissão de culpa. Ele dizia que no momento do crime, em 1977, estava andando de bicicleta a quilômetros de distância da casa da vítima. Segundo seu website, Bozella transformou a amargura pela prisão injusta em determinação e se tornou um prisioneiro modelo, terminando um curso universitário e um mestrado, aconselhando outros prisioneiros e se casando, além de treinar boxe e se tornar o campeão na categoria meio-pesado de Sing Sing. Tentando encontrar provas de sua inocência, ele escreveu ao Innocence Project, uma organização dedicada a libertar pessoas condenadas erroneamente. O escritório WilmerHale decidiu assumir o caso e descobriu novas provas que o exoneraram. Após sua libertação, Bozella passou a trabalhar numa fundação sem fins lucrativos que ajuda ex-detentos a se reabilitar. Ele também passou a ensinar boxe a crianças, mas sempre manteve o sonho de lutar profissionalmente. Logo depois da luta de sábado, ainda no ringue, ele agradeceu a todos que o ajudaram ao longo dos anos. Em entrevista ao canal WABC-TV, Bozella disse: "Minha mensagem é nunca deixar o medo definir quem você é e nunca deixar o seu passado determinar o que você vai fazer. Quando eu estava na prisão, eles me diziam: 'você não consegue fazer isso, não pode fazer aquilo, isso nunca vai acontecer'. E olhem só. Tudo o que esta acontecendo comigo era algo que eu acreditava do fundo do coração que iria acontecer."

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