Na era em que a internet se tornou uma presença inevitável no dia-a-dia de todos, sites estão oferecendo serviços para lidar com a vida cibernética após a vida natural. A atenção que têm gerado mensagens póstumas como a do blogueiro canadense Derek Miller, que morreu no início deste mês, ilustra uma tendência de se cuidar da vida online tanto quanto a física após a morte. Para isso, as opções existentes vão das mais práticas às mais sofisticadas. Entre as primeiras está o site Legacy Locker, que se propõe a funcionar como uma espécie de "cofre digital". O serviço consiste em guardar toda e qualquer informação digital como nomes de usuários e senhas de acesso para qualquer site ou conta de email, e repassá-la para as pessoas indicadas quando o cliente morrer. É possível manter mensagens de despedidas que são enviadas aos respectivos destinatários conforme as instruções deixadas em vida. No futuro, esse serviço poderá ser feito também através de vídeo. Outro site que segue a mesma linha é o Deathswitch que envia emails automáticos para os usuários confirmarem que estão vivos. Se as mensagens forem repetidamente ignoradas ao longo de determinado tempo, o programa pressupõe que o cliente está morto, e dispara os email com textos, dados e arquivos anexados para os endereços indicados. "Não morra com segredos que precisam ser liberados", diz o site. Já o Intellitar possibilita que o cliente crie uma espécie de avatar com base em uma fotografia real, ao qual a companhia atribui uma voz e acrescenta animações e efeitos. Outras pessoas podem "entrar em contato" com o avatar para bater um papo através de um chat no site. Um caso recente foi o do blogueiro Derek Miller, que morreu no início de maio em consequência de uma metástase do câncer colorretal do qual sofria. O último texto dele, Last Post, atraiu 8 milhões de usuários ao site Penmachine.
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