Já se perguntou por que uma bicicleta em movimento não cai? Afinal, por mais que se queira, a distribuição do peso do corpo humano fica desigual, mas ainda assim somos capazes de nos sustentar em cima de, basicamente, duas rodas ligadas por um fino tubo de aço. Intrigados com a pergunta, pesquisadores holandeses, o país famoso pelo uso de bicicletas, resolveram realizar testes e comprovaram que a velocidade de movimento, junto com outros fatores é o que segura a estrutura, mesmo que o ciclista empurre a bicicleta. A pesquisa partiu de um ponto que já havia sido explicado por curiosos do século passado: a sustentação de uma bicicleta está ligada a dois fatores. O primeiro deles são as próprias rodas, que, juntas, dão estabilidade por causa de algo chamado efeito giroscópico. O segundo motivo seria o ângulo de incidência projetado para as bicicletas, que é calculado de forma que o guidão fique em uma posição em relação à roda dianteira que dê a estabilidade. “Por anos soube-se que essa explicação era muito simples. O efeito giroscópico e o ângulo de incidência não são essenciais para a estabilidade de uma bicicleta”, afirma Schwab, pesquisador da Universidade de Delft, aonde foi realizado o estudo e publicado na revista Science News. Querendo descobrir o que de fato segura uma bicicleta em pé, Schwab e alguns colegas desenvolveram diversos protótipos diferentes que usassem ângulos considerados não ideais e cujo efeito giroscópico fosse anulado ou diminuído, comprovando que sem esses dois fatores ainda se consegue desenvolver uma bicicleta perfeita. “Não foi fácil”, explica o pesquisador Jodi Kooijman. “Nosso primeiro protótipo não funcionou e nós estávamos já desistindo quando obtivemos resultado. É claro que para que funcionasse precisávamos ter uma superfície ideal, mas isso conseguimos dentro da própria Universidade”, disse. Basicamente o que os holandeses conseguiram foi comprovar com seu experimento que para uma bicicleta se manter estável seu guidão precisa ser instável. Isso significa que a bicicleta se sustenta justamente porque a parte que se usa para guiá-la é mole - mas, quando a velocidade aumenta, o guidão acaba ficando reto e endurecendo. Com o resultado, os pesquisadores não pretendem revolucionar o mercado de bicicletas. Eles afirmam que o modelo existente hoje, que já vem sendo usado desde o século XIX, é excelente e estável. A pesquisa serviu mesmo para responder a uma pergunta curiosa. Mas eles avisam: “o que descobrimos pode sim abrir as portas para novos e diferentes designs de bicicletas, como as desmontáveis e dobráveis”.
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