O holandês Jerry Winkler, de 28 anos, vivia nas ruas de Amsterdã quando descobriu, no ano passado, que era o único filho de um homem de negócios multimilionário com quem sua mãe tivera uma aventura amorosa. A vida de Winkler, um ex-dependente de drogas, teve então uma reviravolta. "Foi um giro de 180 graus... Um dia estou dormindo nas ruas e poucos dias depois dormia em um apartamento no centro de Amsterdã, tinha dinheiro no banco... Pude voltar a viver", contou ele em entrevista à imprensa. Apesar de ter comprovado ser o único filho biológico do empresário Alfred Winkler (de quem adotou o sobrenome após a descoberta), Jerry não tinha, pela lei holandesa, direito à herança , por não ser registrado como filho. Ainda assim, recebeu uma ajuda da fundação para a qual o pai biológico havia deixado sua fortuna ao morrer. "Decidiram que por razões morais deveriam me dar uma porcentagem, que para mim é muito dinheiro", diz, sem especificar o valor que recebeu. "Meu segundo nome é Alfred, e nunca soube por que minha mãe havia me dado esse nome, então era uma pista", disse. Logo depois, encontrou um artigo em um jornal de 2006 sobre o homem que poderia ser seu pai e entrou em contato com o jornalista que o escrevera. "Combinamos de nos encontrar e assim que eu cheguei ele viu que eu me parecia muito com a pessoa que ele havia entrevistado", disse. Alfred Winkler havia deixado sua fortuna a uma fundação, cujos advogados, após ouvir a história de Jerry, pediram que ele se submetesse a um exame de DNA. O exame mostrou uma probabilidade de 99,999% de que ele fosse filho de Alfred Winkler. "Nunca esquecerei esse momento. O advogado me chamou e quando me contou o resultado comecei a chorar, a sentir-me furioso, louco, tudo ao mesmo tempo", conta. Para Jerry, mais que o dinheiro que recebeu, o que mais o emocionou foi finalmente saber quem era seu pai. "Todos queremos saber de onde viemos. Ainda que lamentavelmente meu pai já estivesse morto, posso comparar sua história com a minha e ver como somos parecidos", disse. O dinheiro recebido por ele o permitiu "ter uma casa, um carro, sair de férias… e uma geladeira cheia de comida", observa. "Às vezes, quando desperto pela manhã em minha própria cama, ao lado de minha namorada, tenho que me beliscar para ver se estou acordado. Não sei se é real ou um conto de fadas", diz. Inspirado por sua própria história, Jerry também criou uma fundação "para jovens sem-teto que não têm meios para fazer algo de suas vidas".
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