Estudantes universitários e secundaristas se reuniram nesta terça-feira em frente o Congresso, em Brasília, para protestar contra o aumento do salário de parlamentares, ministros e do presidente da República, aprovado na última semana na Câmara e no Senado. Um grupo, formado por cerca de 150 jovens, levou cartazes com críticas ao reajuste, mas foi barrado pela polícia legislativa ao tentar entrar no prédio pela Chapelaria. Dentro do Senado, alguns parlamentares defenderam os estudantes, ao saber da manifestação. O senador José Nery (PSOL-PA) pediu moderação aos seguranças do Congresso e defendeu o direito dos estudantes de entrar para conversar com a direção das duas casas. Informado sobre o protesto, o senador Cristóvão Buarque (PDT-DF) disse que se sente feliz quando vê estudantes nas ruas. ''Um país em que os estudantes só ficam em sala de aula e em casa não tem futuro'', argumentou. Já dentro do Congresso, o bispo cearense Dom Manuel Edmilson da Cruz se recusou a receber a Comenda Dom Hélder Câmara, uma homenagem feita pelo Senado às personalidades na área de direitos humanos. Dom Manuel bispo de Limoeiro do Norte, compareceu à sessão de entrega da premiação, mas em seu discurso lamentou a aprovação do reajuste de 62% do salário de parlamentares. O bispo defendeu que o aumento dos congressistas guardasse a mesma proporção do aumento do salário mínimo e da aposentadoria. ''Quem assim procedeu não é parlamentar é 'para lamentar''', afirmou. Para ele a Comenda não representa a pessoa do cearense maior que foi Dom Helder Câmara. ''Só me resta uma atitude: recusá-la. Ela é um atentado. Uma afronta ao povo brasileiro, ao cidadão, ao contribuinte para o bem de todos com o suor de seu rosto e a dignidade de seu trabalho'', afirmou o religioso de 86 anos.
Um comentário:
É louvável a atitude do bispo, pena que não leva a nada, pois, sabemos que os parlamentáres são descarados e nunca mudariam suas decisões em beneficiar sua classe, mesmo sendo mostrada por todos a imoralidade dessaes medidas. A única forma de mudar este país seria a tomada do congresso pelos militares.
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