Representantes de um grupo de mulheres que dizem ter relações sentimentais com sacerdotes católicos divulgaram uma carta aberta que enviaram ao Vaticano para pedir o fim do celibato para os padres. O grupo é formado por cerca de 40 mulheres de várias cidades da Itália, que tiveram ou ainda têm um relacionamento com padres católicos. Elas se conheceram e se comunicam através da internet e dividem experiências e buscam orientações. A maioria prefere manter a própria identidade sob sigilo. Recentemente, 10 mulheres deste grupo escreveram uma carta aberta ao papa, pedindo que o celibato seja eliminado ou se torne opcional. “Estamos acostumadas a viver de forma anônima os poucos momentos que os padres nos concedem e vivemos diariamente o medo e as inseguranças deles que são os nossos homens, suprindo suas carências afetivas e sofrendo as conseqüências da obrigação do celibato”, diz o texto da carta, que foi enviada a 150 órgãos de imprensa italianos. A carta foi assinada apenas por três mulheres: Antonella Carisio, Maria Grazia Filipucci e Stefania Salomone. As outras preferiram permanecer no anonimato.“Todos têm medo porque estamos perto do Vaticano. As mulheres, os padres e as pessoas que sabem dos casos preferem não falar. Por causa disso é difícil que na Itália exista uma verdadeira associação, como existe na França, na Suíça ou na Espanha”, disse Stefania Salomone a o site GlobalPost. Um estudo publicado pela revista Civiltà Cattolica, da Ordem dos Jesuitas, aponta que em 40 anos, de 1964 a 2004, 69 mil padres deixaram o sacerdócio no mundo. A maior parte dos pedidos de dispensa, segundo o estudo, deve-se a situações de instabilidade afetiva.
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