Um grupo de cientistas anunciou ontem ter descoberto a substância que permite às fêmeas de camundongos identificarem os machos de sua preferência. A molécula, presente na urina, foi batizada de darcina, em referência ao personagem Darcy, um dos protagonistas do romance "Orgulho e Preconceito", de Jane Austin. A descoberta foi anunciada pelo grupo de pesquisa de Jane Hurst, da Universidade de Liverpool (Inglaterra), publicada na revista "BMC Biology”. Por ter esse papel de comunicação olfativa a darcina foi classificada como um feromônio. Num experimento realizado pelos pesquisadores, camundongos foram submetidos a várias substâncias ativas do odor da urina de machos ou de fêmeas. Os cientistas cronometraram o tempo que os animais passavam ao lado de cada uma das amostras. "O contato com a darcina dobrou significativamente o tempo que as fêmeas passavam ao lado da fonte do odor do macho", disse Hurst, em comunicado à imprensa. "Ao tocar a darcina com o nariz, as fêmeas memorizavam o odor daquele macho em particular, triplicando depois o tempo gasto perto do ‘perfume’ sem demonostrar atração por outros." Esse tipo de feromônio já era conhecido em outros animais, mas não em camundongos, que são uma espécie de cobaia importante para experimentos. Já se sabia que as substâncias ativas na urina são usadas para demarcar território e o tamanho da área é usado pelas fêmeas como critério de seleção. "Apesar de a darcina estar restrita a uma espécie (camundongos), feromônios similares que estimulam o aprendizado do odor de um indivíduo podem até estar por trás de algumas reações complexas e específicas de humanos", afirma Hurst.
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