quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Cinderela larga príncipe e Branca de Neve toma Prozac

Um livro no qual Cinderela se rebela, vira vegetariana, sai do baile só de madrugada, larga o príncipe encantado e em que sua amiga Branca de Neve usa Prozac para combater a depressão, se tornou um dos maiores sucessos de venda na Espanha. A obra La Cenicienta que no Queria Comer Perdices (“A Cinderela que não queria comer perdizes”, numa alusão ao tradicional final de contos em espanhol, que acabam com a frase “foram felizes e comeram perdizes”) vendeu mais de 50 mil exemplares no país nas seis primeiras semanas após o lançamento. A história foi criada quase que por brincadeira pela escritora Nunila López Salamero e pela desenhista Myriam Cameros Sierra (veja 45 ilustrações do livro). Elas contam que ofereceram o livro a várias editoras espanholas e não receberam nem um e-mail como resposta. Com a ajuda de amigas e de associações de combate à violência contra a mulher, López e Cameros juntaram dinheiro em coletas para a primeira publicação e o sucesso foi imediato. Receberam apoio de intelectuais espanhóis e chamaram a atenção de uma das maiores editoras espanholas que publicou o texto. A Cinderela espanhola do século 21 percebe que era uma mulher maltratada pela madrasta e suas irmãs, abandonada pelo pai, forçada a estar magra para caber em roupas de tamanho 38 e que o príncipe, depois que se tornou seu marido, era um mandão e eterno insatisfeito. No livro, a renovada Gata Borralheira ainda se reencontra com suas amigas princesas que também estão em nova fase e com outros personagens de contos clássicos que decidem mudar de vida. A Bela Adormecida explica como acordou sozinha, Branca de Neve sai da depressão, deixa o Prozac (remédio ansiolítico) e resolve se bronzear até ficar morena. “O livro é dedicado a todas as mulheres valentes que querem mudar de vida”, explicam as autoras. Ele deverá ser lançado no Brasil em 2010, mas ainda sem previsão de data, nem título definitivo.

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