sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Manuscrito revela: 'França sabia que Hitler não era um idiota'

Um relatório secreto da França sobre Adolf Hitler, está entre milhares de documentos sobre a Alemanha da década de 1920 prestes a sair da obscuridade graças a uma grande reformulação dos Arquivos Nacionais Franceses. O manuscrito de 1924 mostra uma foto de Hitler com terno e gravata, com o penteado e o bigode característicos, e faz parte de um acervo que passou décadas empoeirado numa mansão parisiense. "Ele não é um idiota, e sim um demagogo muito astuto", diz a nota, escrita por um agente anônimo e publicada pela Agencia Reuters. Nesse bilhete, ele é apresentado como "o Mussolini alemão" e como chefe de grupos paramilitares "do tipo fascista", mas sem nenhum alerta em particular sobre o homem que viria a ocupar a própria França durante o regime nazista. A nota é parte do arquivo da época em que tropas francesas ocuparam parte da Alemanha, depois da Primeira Guerra Mundial. O bilçhete ficou guardado separadamente do resto dos papéis, num gabinete metálico onde a França mantém seus documentos mais importantes. Construído em 1791, durante a Revolução Francesa, esse gabinete contém 800 peças, inclusive o diário do rei Luis 16 que foi decapitado, a última carta de Maria Antonieta esposa dele, o testamento de Napoleão e as sucessivas Constituições francesas. Visto até agora apenas por poucos privilegiados, o relato sobre Hitler foi retirado do gabinete e será em breve disponibilizado a historiadores, junto com dezenas de milhares de outros documentos que remontam à ocupação francesa da Alemanha. Esses papéis foram transportados para Paris em 1930 e ficaram guardados nas entranhas dos Arquivos Nacionais, que funcionam em um magnífico casarão do começo do século 18, no coração do histórico bairro do Marais.

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