Não existe nada mais chamativo do que o amarelo-vivo de um bico de tucano, mas o que realmente importa está debaixo da "pintura" vistosa do apêndice: vasos sanguíneos. Uma rede sofisticada de artérias e veias que, conforme acaba de demonstrar um trio de pesquisadores, dois dos quais brasileiros, ajuda o bicho a liberar o excesso de calor de seu corpo, como uma forma biológica de ar condicionado. Depois de séculos especulando sobre a possível função desse órgão tão peculiar, os cientistas finalmente parecem ter chegado a uma resposta sólida. "Peculiar", aliás, é eufemismo. Darwin, Buffon e outros naturalistas pioneiros ficaram bobos diante do apêndice do tucano-toco (Ramphastos toco) porque, proporcionalmente falando, ele é o maior bico entre todas as aves conhecidas. Mas a tríade de pesquisadores formada por Denis Andrade, Augusto Abe (ambos do Departamento de Zoologia da Unesp de Rio Claro, no interior paulista) e Glenn Tattersall (da Universidade Brock, no Canadá) percebeu um detalhe importante. O bicão do tucano-toco preenche todos os requisitos para funcionar como um radiador termal, ou "ar condicionado" biológico: tamanho avantajado, grande presença de vasos sanguíneos (ou vascularização, como se diz) e contato direto com o ambiente. Esses mesmos requisitos são preenchidos, por exemplo, pelas orelhas dos elefantes, cujo tamanhão, sabe-se há tempos, deve-se à função de dispersor de calor. O princípio é simples: a grande quantidade de sangue circulando, em contato indireto com o ar, faz com que o calor escape com facilidade para o ambiente. Um jeito interessante de testar o mesmo princípio nos tucanos era comparar adultos e filhotes, porque os bebês da espécie são bem mais modestos que os papais nesse quesito.sexta-feira, 24 de julho de 2009
Pesquisadores finalmente descobrem para que serve o 'bicão' do tucano
Não existe nada mais chamativo do que o amarelo-vivo de um bico de tucano, mas o que realmente importa está debaixo da "pintura" vistosa do apêndice: vasos sanguíneos. Uma rede sofisticada de artérias e veias que, conforme acaba de demonstrar um trio de pesquisadores, dois dos quais brasileiros, ajuda o bicho a liberar o excesso de calor de seu corpo, como uma forma biológica de ar condicionado. Depois de séculos especulando sobre a possível função desse órgão tão peculiar, os cientistas finalmente parecem ter chegado a uma resposta sólida. "Peculiar", aliás, é eufemismo. Darwin, Buffon e outros naturalistas pioneiros ficaram bobos diante do apêndice do tucano-toco (Ramphastos toco) porque, proporcionalmente falando, ele é o maior bico entre todas as aves conhecidas. Mas a tríade de pesquisadores formada por Denis Andrade, Augusto Abe (ambos do Departamento de Zoologia da Unesp de Rio Claro, no interior paulista) e Glenn Tattersall (da Universidade Brock, no Canadá) percebeu um detalhe importante. O bicão do tucano-toco preenche todos os requisitos para funcionar como um radiador termal, ou "ar condicionado" biológico: tamanho avantajado, grande presença de vasos sanguíneos (ou vascularização, como se diz) e contato direto com o ambiente. Esses mesmos requisitos são preenchidos, por exemplo, pelas orelhas dos elefantes, cujo tamanhão, sabe-se há tempos, deve-se à função de dispersor de calor. O princípio é simples: a grande quantidade de sangue circulando, em contato indireto com o ar, faz com que o calor escape com facilidade para o ambiente. Um jeito interessante de testar o mesmo princípio nos tucanos era comparar adultos e filhotes, porque os bebês da espécie são bem mais modestos que os papais nesse quesito.
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