Foz do Iguaçu tem maior índice de adolescentes assassinados do Brasil
Estudo inédito divulgado nesta terça-feira pela Secretaria Especial de Direitos Humanos aponta a cidade de Foz do Iguaçu como o município brasileiro com o maior Índice de Homicídios na Adolescência (IHA). A mostra mede a probabilidade de um adolescente ser assassinado. De acordo com o levantamento, o IHA de Foz do Iguaçu é de 9,7 - ou seja, em cada mil adolescentes, 9,7 serão vítimas de homicídio antes de completar os 19 anos. O levantamento foi realizado pelo Laboratório de Análise da Violência da Uerj em parceria com o Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) e com o Observatório de Favelas. Foram coletadas informações sobre as causas de mortes entre jovens de 12 a 19 anos de idade em 267 municípios, todos com mais de 100 mil habitantes. O levantamento estima que 33.504 adolescentes brasileiros serão assassinados num período de sete anos, que vai de 2006 a 2013. O estudo é o primeiro a estabelecer o IHA no Brasil cuja média é de 2,03. "Esta cifra por si só deveria mostrar a gravidade atual se lembrarmos que homicídio contra adolescentes é um fato raro em qualquer sociedade", diz o estudo. Depois de Foz do Iguaçu (PR), as cidades com pior índice são Governador Valadares (MG)com IHA de 8,5 e Cariacica (ES)com 7,3. O Rio de Janeiro aparece na 21ª posição na lista, com IHA de 4,9, enquanto São Paulo fica em 151º lugar, com índice de 1,4. O estudo também indica que, entre os homens uma morte por homicídio é 12 vezes maior do que entre as mulheres. Já a probabilidade de que um negro seja assassinado é duas vezes maior do que um branco. A maior diferença foi constatada em Rio Verde (GO), onde a chance de um adolescente negro ser morto é 40 vezes maior. Também foi calculada a probabilidade de um adolescente ser morto por uma arma de fogo e é três vezes maior, em comparação com outras armas. Os homicídios foram responsáveis por 46% das mortes entre adolescentes em 2006, mortes naturais somaram 26% e acidentes, 22%. Os números apontam ainda que 3% dos adolescentes mortos se suicidaram e outros 3% morreram de causas "indefinidas".
Nenhum comentário:
Postar um comentário