Uma equipe de cientistas da Universidade de Newcastle, na Inglaterra, anunciou ter criado espermatozoides em laboratório pela primeira vez no mundo. Os pesquisadores acreditam que seu trabalho poderia ajudar homens com problemas de fertilidade. Num artigo publicado pela revista especializada Stem Cells and Development, a equipe de Newcastle diz que seriam necessários pelo menos mais cinco anos até que a técnica seja aperfeiçoada. A pesquisa foi feita com linhagens de células tronco derivadas de embriões humanos doados após tratamentos de fertilização artificial. As células foram removidas dos embriões masculinos com poucos dias de vida e armazenadas em tanques de nitrogênio líquido e após trazidas à temperatura do corpo e colocadas em uma mistura química que estimulou seu crescimento. Elas foram “rotuladas” com um marcador genético para que os cientistas pudessem identificar e separar aquelas que dão origem a óvulos e espermatozoides. As células tronco masculinas passaram pelo processo de meiose, dividindo pela metade seu número de cromossomos. As células sexuais (óvulos e espermatozoides) tem apenas 23 cromossomos, enquanto todas as outras células do corpo têm 23 pares de cromossomos, num total de 46. O processo de criar e desenvolver os espermatozoides durou entre quatro a seis semanas. Os cientistas afirmam que os espermatozoides criados alcançaram maturidade e mobilidade, e produziram um vídeo documentando os resultados. O professor Karim Nayernia, da Universidade de Newcastle e do NorthEast England Stem Cell Institute disse que “este é um avanço importante, já que vai permitir aos pesquisadores estudar em detalhes como os espermatozoides se formam e levar a uma melhor compreensão sobre a infertilidade entre os homens, por que ocorre e o que a causaria”.
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