sexta-feira, 8 de maio de 2009

Espanha atrai brasileiros para ajudar a repovoar 'cidades-fantasma'

Famílias brasileiras com crianças estão aproveitando a oferta de benefícios feita por vilarejos da zona rural da Espanha que correm o risco de desaparecer por causa da falta de habitantes jovens. Pelo menos 15 pequenos municípios espanhóis estão oferecendo casa, emprego e até dinheiro a famílias de imigrantes. O governo diz que pelo menos 2.648 municípios enfrentam o mesmo problema e por isso, ganharam o nome de "cidades-fantasmas". Em Lorcha, vilarejo de 735 habitantes encravado numa montanha do leste da Espanha, as paranaenses Adelle, de 8 anos, e Camille, de 10, além de outros sete equatorianos, ajudaram a manter aberta a única escola local. Sem eles as 24 crianças da cidade precisariam percorrer 18 km até a escola mais próxima. A Prefeitura de Lorcha deu à mãe das meninas, Sônia Regina Matos Farias, casa grátis e um emprego de faxineira a 7 euros por hora (cerca de R$ 21). "É necessário oferecer algo convincente. Quem vem para cá chega para ocupar nossos espaços vazios. Só pedimos que sejam jovens e com filhos porque senão esses lugarejos estarão condenados ao esquecimento", disse à imprensal o prefeito de Lorcha, Guillermo Moratal. Em Ayódar, no litoral mediterrâneo, outras duas crianças brasileiras, Fernanda, de 11 anos, e Luana, de 6, ajudaram a evitar o fechamento da escola local. Elas pertencem a um grupo de quatro famílias eleitas entre 182 candidatas, que aceitaram a proposta de ajudar a repovoar a aldeia de 238 habitantes em troca de casa, trabalho e um cheque de mil euros (aproximadamente R$ 3 mil). A primeira "cidade-fantasma" a lançar uma oferta para repovoar suas ruas foi Aguaviva, no centro-leste do país, que, em 2000, ofereceu passagens aéreas, refeitório para as crianças, aluguel subsidiado e emprego para os pais. Em seis anos, a cidade ganhou 150 novos moradores, todos imigrantes. O sucesso da ideia levou outras prefeituras a lançar propostas semelhantes através da imprensa. Hoje, cerca de 80% dos municípios com problemas de envelhecimento da população e falta de jovens estão recebendo famílias imigrantes. O município de Ponga, no noroeste da Espanha, chegou a oferecer 6 mil euros (cerca de R$ 18 mil) por cada família com ao menos cinco filhos, mais um extra de 3 mil euros (aproximadamente R$ 9 mil) por cada criança nascida na cidade, com um contrato de permanência na aldeia por cinco anos.

Nenhum comentário: