O ministro da Justiça da Arábia Saudita disse nesta quarta-feira que o governo do país pretende criar leis para regular o casamento de garotas, após uma polêmica união entre um homem de 60 anos e uma menina de oito anos. A Arábia Saudita adota uma forma rígida do islamismo sunita que proíbe a livre associação entre pessoas e dá aos pais o direito de decidir com quem seus filhos se casarão. O ministro, Muhammad Issa, disse que o governo quer pôr fim à forma "arbitrária" na qual os pais arranjam os casamentos de seus filhos. Mas ele não sugere que este tipo de casamento seja abolido. O anúncio do ministro foi feito após a polêmica provocada pelo casamento da menina de oito anos na cidade de Unaiza. A mãe da menina levou o caso à Justiça, pedindo que a união - definida pelo pai da jovem - fosse invalidada. O juiz tentou convencer o marido a aceitar um divórcio, mas ele se recusou. O tribunal decidiu validar o casamento, com a condição de que o noivo não faça sexo com a menina até que ela chegue à puberdade. A menina ainda está morando com a sua família e não está claro quando ela vai se mudar para morar com o marido. O juiz determinou que ela poderá pedir divórcio quando atingir a puberdade. Na Arábia Saudita, os jornais locais destacaram que o caso seria um exemplo de como famílias vendem suas filhas. O pai da menina de Unaiza teria usado o dote do casamento para pagar dívidas. A imprensa também destacou que o caso aconteceu na província central de Qaseem, um dos lugares mais conservadores do país. Este ano, a maior autoridade religiosa da Arábia Saudita, Mufti Sheikh Abdul Aziz al-Shaikh, disse que a lei islâmica permite que os pais casem suas filhas com menos de 15 anos.
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