Um estudo publicado esta semana afirma que os ancestrais humanos não eram tão parecidos com os macacos e tinham dificuldades de subir em árvores. A pesquisa foi feita com a análise do tornozelo de hominídeos que viveram há mais de quatro milhões de anos, depois que humanos e chipanzés começaram a evoluir separadamente. Alguns especialistas acreditavam que o hominídeo e os primeiros humanos eram bastante semelhantes aos chimpanzés, mas o novo estudo contradiz esta tese. O pesquisador Jeremy DeSilva, da Universidade de Michigan em Ann Arbor, comparou a estrutura de ossos dos hominídeos com a de chimpanzés da Uganda. O estudo mostrou que o tornozelo dos chimpanzés é muito mais flexível do que o dos humanos e dos hominídeos. Os chimpanzés conseguem dobrar o tornozelo em um ângulo de até 45 graus, comparado com apenas 20 dos hominídeos. DeSilva também analisou a parte inferior da tíbia, o osso da perna. Nos chimpanzés, a tíbia está adaptada para dar mais flexibilidade ao tornozelo. Nos hominídeos, esse tipo de adaptação não ocorre, o que indicaria que eles não conseguiriam subir em árvores com a mesma agilidade dos macacos. O pesquisador estudou 15 fósseis de hominídeos. "Este estudo conclui que se os hominídeos incluíam a escalada de árvores no repertório de movimentos, eles provavelmente estavam realizando esta tarefa de forma muito diferente dos chimpanzés modernos", escreveu DeSilva na sua pesquisa. O resultado do estudo foi publicado no artigo Morfologia funcional do tornozelo e a probabilidade de se escalar em hominídeos, na revista científica americana Proceedings of the National Academy of Sciences.
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