domingo, 8 de fevereiro de 2009

Bispo diz que não vai retirar negação de Holocausto

O bispo britânico Richard Williamson, que integra uma ala conservadora e dissidente da Igreja Católica, disse que apesar do pedido do papa Bento 16 não pretende se retratar de sua negação sobre o Holocausto e uso de câmaras de gás que mataram milhões de judeus durante a Segunda Guerra Mundial. Williamson é bispo da Fraternidade Sacerdotal Pio X - fundada em 1969 pelo bispo francês dissidente Marcel Lefebvre -, dirige um seminário e realiza missas na localidade de La Reja, na província de Buenos Aires desde 2003. Em declarações à revista alemã Der Spiegel, que chega às bancas na semana que vem, ele afirmou que antes d se retratar, tem de rever as provas históricas. "Se encontro provas, me corrigirei, mas isso precisa de tempo", disse Williamson. Suas declarações à publicação alemã foram reproduzidas neste sábado pelos principais jornais da Argentina - Clarin e La Nación - em suas edições online. Williamson gerou polêmicas internacionais ao negar a existência do holocausto durante uma entrevista a uma emissora de televisão sueca. Suas declarações foram feitas dias antes do anúncio no mês passado de que o Papa suspenderia sua excomunhão e de outros três bispos da mesma congregação. Eles tinham sido excomungados em 1998 por terem sido nomeados bispos por Lefebvre sem a autorização do papa João Paulo 2º. As afirmações de Williamson e a intenção do papa Bento 16 levaram o governo de Israel a divulgar um comunicado afirmando que a "reincorporação de um bispo que nega (o holocausto) é uma ofensa para todos os judeus, Israel e o mundo, e uma ofensa à memória das vítimas e sobreviventes do holocausto". No comunicado, o governo de Israel diz que espera que o Vaticano se "separe" de todos os que negaram o Holocausto e de "Williamson em particular". A iniciativa do papa também gerou críticas de diferentes rabinos e levou a chanceler alemã, Angela Merkel, a pedir publicamente que Bento 16 deixasse "claro" que "não tolera" a negação do Holocausto. Pouco depois, na última quarta-feira, o Papa pediu que Williamson se "retratasse de maneira clara e pública" para ter o direito de exercer a função de sacerdote da Igreja Católica. Desde então, havia a expectativa na Argentina, na Itália e na Alemanha, entre outros países, por declarações de Williamson. De acordo com os sites argentinos, que reproduziram trechos da entrevista à revista alemã, Williamson também teria sido crítico sobre a ideia da validade universal dos direitos humanos. "Onde os direitos humanos são vistos como objetivo que o Estado tem de impôr, acaba se chegando sempre a uma política anti-cristã", disse. VEJA VÍDEO(Em inglês)



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