Um único neurônio é capaz de armazenar memórias, afirma um estudo publicado na edição de fevereiro da revista Nature Neuroscience. Após análises em cérebros de ratos, cientistas da Universidade do Texas Southwestern descobriram que essas células podem guardar lembranças de curta duração indispensáveis para o nosso dia-a-dia por até um minuto - ou até mais. As memórias transitórias costumam ser associadas à memória RAM de um computador. "A memória de um disco é mais permanente e você pode voltar e acessar a mesma informação repetidamente", disse Don Cooper, professor assistente de psiquiatria da Universidade do Sudoeste do Texas e líder da pesquisa. "A memória RAM é um depósito temporário de memória regravável que permite a execução de diversas tarefas ao mesmo tempo", explicou. Por décadas, cientistas tentaram identificar quais partes do cérebro são responsáveis por tais funções. No novo estudo, os pesquisadores americanos mediram o processo de memorização através de minúsculos eletrodos implantados no cérebro de ratos. A equipe descobriu então um receptor químico chamado mGluR5 que, quando ativado, avisa a célula que "guarde a memória". A equipe avalia que a descoberta pode ajudar os dependentes químicos. "Para quem é viciado em drogas, podemos fortalecer essa parte do cérebro envolvida na tomada de decisões, fazendo com que eles possam ignorar impulsos e pesar as conseqüências negativas de seu comportamento caso abusem de drogas", disse Cooper. No futuro, os cientistas acreditam ser possível desenvolver medicamentos para manipular e até expandir a capacidade de memória dos indivíduos. "Se conseguirmos identificar e manipular os componentes moleculares da memória, poderemos desenvolver drogas capazes de aumentar a habilidade de manter o rastro dessa lembrança para, quem sabe, permitir que uma pessoa execute tarefas sem ser distraída", afimou Cooper.
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