Uma espécie de formiga que vive em supercolônias com mais de 100 milhões de habitantes já passou pela Ásia, invadiu mais de 100 áreas na Europa e se dirige agora para o norte do continente. Cientistas dizem que se a praga não for combatida, ela alcançará o Norte da Alemanha, a Escandinávia e a Grã Bretanha, e pode aparecer no mundo todo. Esta semana, especialistas no inseto publicaram na revista PLoS ONE o primeiro estudo sobre a intrusa – descoberta em 1990, na Hungria. A peste, chamada Lasius Neglectus, não é muito diferente das formigas tradicionais nos jardins, mas tem preocupado os pesquisadores porque as colônias são tão grandes que podem derrotar espécies nativas de insetos apenas competindo por comida. Aparentemente, esta espécie de formiga prefere o meio urbano – invade parques, jardins e até mesmo as casas, sendo atraídas pelos campos magnéticos criados pelas tomadas. Inclusive, com certa freqüência, causam quedas de luz por roerem os fios. No ano 2000, a Lasius já ocupava 30 regiões da Europa. Atualmente, as colônias gigantescas podem ser encontradas em 108 regiões, em 15 países, da Bélgica ao Usbequistão. – Acreditamos que elas se espalharão ainda mais. Elas parecem formigas normais, mas são uma multidão – afirmou a pesquisadora Sylvia Cremer. As colônias deste inseto são constituídas de cerca de mil ninhos. Segundo os pesquisadores envolvidos no estudo, enquanto a maioria das pragas necessita de temperaturas altas para se proliferar, a Lasius consegue sobreviver durante o inverno, com grandes períodos de gelo, inclusive. Então, o avanço da espécie para zonas de clima frio, como a Inglaterra, parece inevitável. – Quando eu vi esta formiga pela primeira vez, eu simplesmente não podia acreditar que poderiam haver tantas formigas no mesmo jardim – disse o professor Jacobus Boomsma, da Universidade de Copenhagen, um dos pesquisadores que descobriu a espécie de insetos. A Lasius vive em redes de ninhos interconectados, com muitas rainhas que cruzam no chão e não voam. Elas se espalham pelo mundo porque infestam vasos de plantas, que os seres humanos carregam em suas viagens. – No futuro, veremos muitas outras espécies de formigas se tornarem invasivas, então já é tempo de entendermos sua biologia e este estudo é um passo grande nesse sentido – disse Jes S. Pedersen, que coordenou o programa em Copenhagen. Cientistas estimam que existam 20 mil espécies diferentes de formigas no mundo.
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