Como alguém que sustenta mais peso do que pode suportar a gigante Jacarta, capital da Indonésia, está cedendo. São milhares de suntuosos edifícios misturados a shopping centers a contrastar com favelas em uma área de aproximadamente 600 quilômetros quadrados onde vivem cerca de 25 milhões de pessoas – a densidade populacional da região se traduz numericamente no “estouro” de mais ou menos mil habitantes em cada quilômetro quadrado de chão. Se acima do solo o problema já é dramático, o subterrâneo de Jacarta guarda uma situação que é ainda mais crítica. O “coração” da cidade bate cada vez mais lentamente, agonizando pela falta de planejamento e de cuidados ambientais. A grande maioria dos rios está contaminada, a canalização se encontra entupida devido à monstruosa quantidade de lixo despejada diariamente, e isso sem contar que a diminuição desenfreada de águas subterrâneas está “derrubando” Jacarta. “Os cálculos mais otimistas indicam que a capital afunda quase cinco centímetros por ano”, diz o engenheiro Hongjoo Hahm, um dos principais especialistas em infra-estrutura do Banco Mundial. “Caso não se encontre uma solução, um terço da cidade estará sob as águas em 2050. É uma catástrofe que afetará milhões de pessoas”. A receita do Banco Mundial contra uma provável catástrofe dentro de algumas décadas consiste na “promoção do retorno à capacidade original” das vias de desaguamento, construção de mais canalizações e na paralisação imediata da extração de águas subterrâneas. Tudo isso está orçado em cerca de US$ 5 bilhões. “Podemos também construir barreiras defensivas, como as de Londres e de São Petersburgo, evitando as inundações provocadas pelas marés”, diz Hahm. “Mas é preciso começar a trabalhar já para resolver esse problema ou será tarde demais.”
2 comentários:
O preço do progresso às vezes é alto de mais para os benefícios proporcionados. A pior das consequencias poderá ser a completa destruição do planeta...
nossa uma cidade de peso pena
Postar um comentário