O tamanho e a forma de frutas e legumes comercializados na União Européia são regulados por milímetros e ângulo de curvatura, ao contrário daqui onde é um vale tudo. Mas, em alguns casos, a UE recuou e produtos fora do padrão poderão voltar ao mercado. Suculento, verde e reto. Essas são as características precisas de um pepino, segundo a União Européia (UE). Mas esses tempos estão contados, pois em breve os pepinos tortos poderão voltar ao prato dos europeus. E, com eles, outros hortifrutigranjeiros fora dos padrões "estéticos". Os países da UE decidiram revogar nesta semana, em Bruxelas, as normas de 20 anos atrás sobre o padrão de 26 tipos de frutas e legumes. A Alemanha também aprovou a alteração das regras para comercialização desses produtos, um freqüente motivo de piada entre os europeus. A mudança também reduzirá a burocracia. A comissária européia para a Agricultura, Mariann Fischer Boel, disse não ter sentido jogar fora produtos saudáveis apenas porque a forma está fora do padrão. "É um novo começo para os pepinos tortos e as cenouras nodosas", brincou. Hoje, hortaliças que não estão dentro dos rígidos padrões da UE são rejeitadas. Pepinos da classe extra, por exemplo, podem ter no máximo 10 milímetros de curvatura para 10 centímetros de comprimento. Com a nova norma, Boel espera uma queda no preço dos produtos para os consumidores. "Isso permitirá a escolha numa variedade mais ampla de produtos", explicou. As bananas não sofrerão alteração e seguem com a regra de 14cm de comprimento e 27mm de espessura. Para dez tipos de frutas e verduras, incluindo banana, maçã, morango, alface, tomate e cítricos, os padrões de mercado permanecerão ao mesmos. Esse grupo representa 75% do que é comercializado no setor.Conforme informação da Comissão de Agricultura, no futuro pequenas maçãs ou outras frutas "fora de padrão" poderão ser comercializadas desde que haja especificações na embalagem. As novas regras começarão a valer a partir de julho do próximo ano. A aprovação das mudanças foi uma supresa, já que a maioria dos integrantes da UE queria manter a velha regra. Contrários a uma maior liberdade para as formas de frutas e hortaliças eram 16 países, entre eles França, Itália e Espanha. Mesmo assim eles não conseguiram a maioria qualificada necessária para derrubar a proposta da Comissão Européia, para a sorte dos pepinos tortos.
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