O Itaú e o Unibanco anunciaram nesta segunda-feira a união de suas operações criando o maior grupo financeiro privado do Hemisfério Sul. A operação prevê que acionistas do Unibanco Holdings e do Unibanco migrarão para uma nova instituição chamada Itaú Unibanco Holding, que ultrapassará o Bradesco, atual maior banco privado do país em ativos. A relação de troca prevista é de 1,7391 units do Unibanco para cada ação da nova instituição. Os bancos não informaram para quando prevêem a conclusão da operação, que estava sendo negociada há 15 meses. Após a operação, a Itaúsa, holding do banco Itaú, deterá 66 por cento da IU Participações, empresa que terá o controle do Itaú Unibanco Holding. O restante será detido pelos controladores do Unibanco. A nova instituição, segundo Unibanco e Itaú, será uma das 20 maiores do mundo e a maior do Brasil, com ativos totais de 575,1 bilhões de reais, dos quais 396,6 bilhões de reais do Itaú, de acordo com dados do final do terceiro trimestre do ano. O Bradesco tem ativos de 422,7 bilhões de reais. A operação deve ser vista como mais um passo no movimento de consolidação do setor tanto em nível mundial como no Brasil, na avaliação de Luiz Miguel Santacreu, analista de instituições financeiras da agência de classificação Austin Rating. "A compra do ABN pelo Santander e as negociações do Banco do Brasil para adquirir a Nossa Caixa podem ter funcionado como catalizador", disse Santacreu. Após o anúncio, os papéis dos dois bancos dispararam no início dos negócios na Bovespa. Itaú saltava 15,5 por cento e Unibanco avançava 14 por cento. O patrimônio líquido do Itaú Unibanco Holding será de 51,7 bilhões de reais e a instituição combinada terá 265 bilhões de reais sob sua administração. O novo banco nasce com 4.800 agências e postos de atendimento, o que representa cerca de 18 por cento da rede bancária do país, e 14,5 milhões de clientes de conta corrente, também 18 por cento do mercado. A instituição, em volume de crédito, representará 19 por cento do sistema bancário brasileiro; e em total de depósitos, fundos e carteiras administradas atingirá 21 por cento.
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