O nascimento de irmãos gêmeos com cores de pele diferentes na Alemanha, um dos bebês é branco, enquanto o outro é negro, surpreendeu o mundo nesta quarta-feira (16). Trata-se de um acontecimento raro, mas não tem nada de miraculoso -- e não é nem preciso duvidar da fidelidade da mãe ao marido para explicar o que acontece. A informação crucial, na maioria dos casos, é que pelo menos um dos membros do casal tem herança racial mista. Os gêmeos alemães têm pai de origem germânica e mãe que nasceu em Gana, na África Ocidental. A região foi um dos centros do mercado escravista africano na era colonial, o que torna muito provável a presença de genes europeus no DNA da mãe. Como a cor da pele entre seres humanos é determinada por um conjunto de quatro a seis genes diferentes, casais mestiços podem, com uma bela dose de sorte, gerar bebês muito diferentes entre si.Esses vários genes contêm a receita para a produção de melanina, a "tinta" bioquímica que dá cor à pele humana. Cada um deles induz a produção de tipos ligeiramente diferentes de melanina, uns ligados a pessoas de pele mais clara, outros a pessoas de pele mais escura. Os bebês recebem cópias desses genes tanto do pai quanto da mãe. Normalmente, se o pai é branco e a mãe é negra, os efeitos se misturam: é por isso que o filho de um negro (com genes para pele escura) com uma branca (com genes para pele clara) tende a ser mulato, ou seja, ter cor de pele intermediária. Mas, em seu DNA, o bebê tem ambos os tipos de gene. Assim, a mãe poderia passar a seus filhos tanto genes para pele clara quanto os para pele escura. Aí é que vem o acaso: quando produziu seus óvulos, ela deve ter passado para um deles apenas as cópias ligadas à pele clara; já o outro óvulo "ganhou" apenas as cópias de genes para pele escura. Assim, um dos bebês nasceu mulato (por causa da ação dos genes para pele clara do marido), enquanto o outro tem aparência de branco.
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