"Quantas revistas você vê com japonesas na capa?"
Neta de japoneses, a paulista Karina Eiko Nakahara, de 26 anos, foi eleita a Miss Centenário Brasil Japão, no sábado (17), em evento realizado no Ginásio do Ibirapuera, na zona sul de São Paulo. Essa foi a primeira experiência da cirurgiã dentista e bancária, que mora em Mogi das Cruzes e trabalha em Arujá, em concursos de beleza. Ela disputou o título criado em homenagem aos cem anos da imigração japonesa com cerca de 500 moças, de vários Estados do País. "Procuramos a beleza nipônica em todo o Brasil, mas em alguns lugares não encontramos descendentes", conta um dos organizadores do evento, Kendi Yamai. Os Estados do Mato Grosso, Paraná e São Paulo foram os que tiveram o maior número de participantes, por conta da grande quantidade de imigrantes nessas regiões. Karina não se deixa levar pela empolgação do momento. Sem planejar o futuro, ela vai tentar conciliar os dois trabalhos com os compromissos das comemorações do centenário. "Preciso agradecer a meus chefes, pois estou desde terça-feira aqui em São Paulo, e nem tinha certeza se teria chances ou não." A incerteza quase deixou a moça de fora do concurso. Quem incentivou a morena de 1,76 metro e 56 quilos foram os pais dela. "Eles viram o anúncio na televisão e falaram para eu me inscrever. Quase não fui à eliminatória de Mogi das Cruzes", lembra a moça, que contou com a torcida da família e dos conterrâneos, divididos em dois ônibus só para ver a representante da cidade. Ela sempre morou em um sítio, em Mogi das Cruzes, onde outras famílias nipônicas estavam instaladas, formando uma espécie de "colônia japonesa". Por isso, as tradições ficaram tão presentes na vida dela. Tanta tradição não foi encontrada no Japão, quando ela esteve lá com a avó, aos 13 anos. "Parece que lá eles já estão mais ocidentalizados do que os que moram aqui no Brasil", observa. Além do reconhecimento e de um carro Picanto, da Kia, de cerca de R$ 35 mil, que ganhou, Karina quer fazer um pouco mais por sua comunidade. "Aqui no Brasil ainda falta espaço para a gente. Quantas revistas você vê com japonesas na capa?"
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