quinta-feira, 17 de abril de 2008

Mídia joga crimes bárbaros na "vala-comum"

Tenho evitado os grandes portais e até mesmo as televisões que a cada dia se esmeram em priorizar notícias ora catastróficas, ora bizarras. Parece que o mundo não tem mais espaço para pessoas com comportamento considerado normal, ou então que somente esses fatos merecem atenção. É claro, o objetivo é puramente comercial e para isso é necessário se usar de todas as artimanhas possíveis no sentido de chamar a atenção. Mesmo assim a supervalorização de determinadas notícias, como o caso do assassinato dessa menina que foi jogada de um prédio em São Paulo é algo deplorável. O produto final da cobertura jornalística que a grande mídia esta dando a um ato de extrema barbárie como esse, sem adjetivos para que se possam qualificar seus autores é o que mais preocupa. Na briga pela audiência, pela venda de revistas, jornais, acessos em portais, e etc. à forma adotada esta empurrando o fato para a chamada “vala comum”. O neologismo “novelização” talvez seja o termo mais adequado para as características de folhetim que a mídia adotou com relação a esse crime horrendo. A disputa é tão gritante que se sobrepõe ao fato, o acontecimento é apenas um mote. Os valores humanos são notados apenas na revolta do povo que se aglomerou na frente da delegacia, da casa dos envolvidos e que cobrou justiça. Não é a primeira vez que isso acontece, aliás, virou vício essa forma lastimável da imprensa usar fatos como pretexto para disputas que visam tão somente melhores índices de audiências, IBOPE e etc. A somatória é a banalização do crime, da vida e também da morte.

Um comentário:

Anônimo disse...

Concordo com tudo. A Rede TV com aquela Sônia Abraão e a Band com o Datena são verdadeiros festivais do horror. Programas como esses deveriam ser proibidos. O Jornal Nacional é outro que não da mais para aturar. Corre sangue.
Val