Explosão de de celular peria ser causa de incêndio na zona leste de SP

Em pouco tempo, as fitas VHS e os livros, juntados há cerca de 20 anos pelo encarregado de cobranças José Carlos dos Santos, de 42 anos, viraram cinza. O mesmo ocorreu com parte de suas roupas e seu sofá, que foram incendiados, segundo ele, após a explosão da bateria de seu celular Motorola V300. A empresa promete apurar o caso. O incêndio aconteceu na madrugada de sexta-feira da semana passada, na Vila Formosa, zona leste da capital. O telefone estava no quarto de estudos de José Carlos, ao lado do cômodo onde ele dorme. - Fui deitar às 23h30 e deixei o celular recarregando. Por volta de 0h15, acordei com a garganta ardendo e cheiro de fumaça. Quando vi, achei que não daria tempo de esperar pelos bombeiros. Usei um canecão para apagar o fogo - diz. A mãe de José, a revendedora de cosméticos Valdira Maria dos Santos, de 66 anos, acordou enquanto o filho combatia as chamas. - Ouvi o barulho dele correndo, mas ele não me deixou sair do meu quarto, conta. Devido ao nervosismo, os braços dela tiveram sangramento interno. -Como eu sou diabética, meus vasos sangüíneos se rompem quando eu fico nervosa. Em nota, a assessoria de imprensa da Motorola afirma que incidentes como o de José "são muito raros". A empresa diz ainda ser "prematuro especular sobre as causas do incidente até que se tenha um laudo técnico" para averiguar se o celular e seus acessórios, como bateria e carregadores, são originais. A empresa se prontificou a emprestar um celular para o encarregado até descobrir o que houve com o aparelho dele. José diz que pedirá na Justiça indenização da Motorola por danos morais e materiais. -Ninguém com um celular imagina que tem um perigo em casa - conta. O encarregado e sua mãe vivem na casa, que é alugada, há mais de 20 anos. Ele calcula que seu prejuízo passe dos R$ 10 mil. - O problema maior é o valor sentimental, diz ele.