Experimente olhar tudo em seu fluxo feito de conexões e desconexões eternas e começará a compreender a complexidade da tarefa de viver. Vida é o drama criativo da existência. Existir e insistir será sempre problemático. Impõem cautela, acuidade, observação, ausência de plenas respostas. Viver dói, mas cura. Repare em tudo o que começa a dar certo dentro de você, compatibilizando seu ser com a sua vida. Prepare-se para o que começa a se encaminhar para o que é bom em sua sensibilidade! Seja capaz de aceitar e também enfrentar tudo de melhor que tem. É preciso força e coragem para aceitar o bem que mora em nós. Coragem serena, não arrogância. A baixa estima é songa-monga e interfere sem que percebamos. Prepara-se para a sua capacidade de amar, para sua melhor beleza, para fazer cada vez melhor o que você sabe, seja quindim, amor, coleção de selos, estudos transcendentais, harpa, pipoca, sinuca ou cirurgia ocular. Prepara-se para dar certo. Para ser querido. Para merecer o amor que teme ter ou receber. Aceite a pluralidade da vida. Somos vários num só e há muitas verdades no mundo, todas precárias. Há tantas verdades quanto pessoas. Há tantos métodos quanto indivíduos. Tantos partidos políticos quanto intenções. Tantas opiniões quanto é possível. Mas a realidade é impassível e enigmática, mas inalcançável em plenitude. Vivemos de fatias de realidade. Experimente descobrir e até, se for possível, aceitar a visão da verdade que impulsiona o seu adversário e anima a luta de seu inimigo. Pense em todas as direções, com mão e contramão em cada estrada. Aceite a complexidade que faz a vida e anima o homem a se agitar neste mundo, buscando realizar o que nunca conseguirá salvo em pedaços. Repare que só cresce e melhora quem entra, enfrenta e aceita o seu pior para, uma vez purgado pelo amor não narcísistico por si mesmo, descobrir a maravilha e a felicidade no que há de melhor em seu interior. Abra-se (abrace) sem receio para tudo o que seja compreensão, até do que nunca foi nem será entendido.O plano de Deus (que é só criação e bondade), embora nos deixe livres para segui-lo ou não, é o milagre do bem, do bom e da felicidade.
Autor:
ARTUR DA TÁVOLA
Pseudônimo de Paulo Alberto Monteiro de Barros, (Rio de Janeiro, 3 de janeiro de 1936) é um político e jornalista brasileiro.
ARTUR DA TÁVOLA
Pseudônimo de Paulo Alberto Monteiro de Barros, (Rio de Janeiro, 3 de janeiro de 1936) é um político e jornalista brasileiro.
Um comentário:
Esse texto é um primor própria de um erudito. Artur da Távola é um cara muito legal, adoro ele.
Val
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