quinta-feira, 29 de novembro de 2007

Jô Soares, um taxista, inverdades sobre o povo de Angola e o Ministério Público

A entrevista polêmica feita por Jô Soares em seu programa esta gerando intervenção do Ministério Público. Nela o apresentador conversa com um taxista que lançou um livro falando sobre o povo de Angola e seus costumes. Vendo o vídeo quem tiver um pouco de empatia, saberá que a grande palhaçada ficou por conta da desinformação. O taxista contador de histórias não fala sobre a origem das fotos apresentadas, cita a fronteira de Angola com a África do Sul, esquecendo ou por ignorância, a Namíbia que separa os dois países. Generaliza o comportamento sexual das mulheres angolanas sem comprovar fontes, cita comportamentos sexuais claros de pedofilia, vincula penteados com a anatomia dos órgãos genitais femininos e etc. Tudo isso de maneira baixa, chula e vulgar, contando sempre com a anuência do apresentador do programa. A poligamia existe em quase todo o continente africano, principalmente junto às tribos que seguem os rituais islâmicos. Um homem pode ter até quatro mulheres. Não se tem notícia, no entanto, de que uma mulher tenha barganhado o seu corpo em troca de cabeças de gado como parte dos costumes locais que o entrevistado salientou. Não existe notícia em toda a África da prática de pedofilia, nem mesmo nas tribos consideradas mais atrasadas. A extirpação do clitóris não tem vínculo com Angola ou com muçulmanos. As mutilações de 140 milhões de mulheres envolvem países como França e Canadá, considerados primeiro mundo vide matéria publicada pela agência de notícias EFE. Os países que mais mutilam são Iêmen, Indonésia e Malásia. Mas voltando ao programa, o que ficou evidente é que o taxista “viajou na maionese” e levou o apresentador do programa junto. Ele não falou coisa com coisa, e quero crer que num teste psiquiátrico ele perde a carteira de motorista. Por outro lado não da para se afirmar que Jô seria aposentado por ingenuidade, pois o que vai ao ar é editado e existem as prévias antes do programa ser gravado. O que houve sim foi irresponsabilidade e baixaria exacerbada. Nada justifica tripudiar sobre um povo, ainda mais em cima de falsas informações. Não sou chegado em opinar sobre conjecturas, mas imaginando a hipótese de que tivesse fundamento o que o programa levou ao ar, a forma grotesca e ridícula como foi conduzida à entrevista, os pitacos e a satirização foram imperdoáveis. Jô Soares tripudiou sobre uma chaga social internacional chamada pedofilia como se fosse parte dos costumes do povo angolano, e o que é pior, sem base, sem prova, tendo apenas um taxista vomitando inverdades. Antes de nos posicionarmos sobre qualquer assunto é fundamental termos um mínimo de informações a respeito. As mulheres que fazem parte da tribo nômade dos Mumuilas cobrem o corpo com argila e gordura de gado para se proteger do sol e não com fezes de animais como foi dito pelo taxista. Várias pessoas estão se manifestando no sentido de que não seja vendida a imagem de que o brasileiro é um Jô Soares da vida e muito menos um taxista senil e sem coordenação ou mesmo limites para os seus devaneios. Luis Carlos Azenha vem abordando esse tema já a algum tempo. Como ex-reporter internacional da Globo, teve mais acesso a informações e publicou elas no seu blog Vi o Mundo.

2 comentários:

Anônimo disse...

Todo mundo esta comentando essa nojeira,só não entendi por que só agora, uma vez que a entrevista foi em junho, parece. De qualquer forma que baixaria.

Anônimo disse...

Não da pra dizer que esse gordo é um palhaço para não ofender os palhaços, mas é um idiota.