Caros brasileiros que residem na parte de cima do Brasil, é especialmente a vocês que me dirijo para lhes dizer do meu desencanto com o nosso país. E se o alvo de minhas desilusões tem a ver em grande parte com vocês, não rotulem como mero preconceito do qual comumente nós, da parte de baixo geograficamente falando, somos acusados. Refiro-me a forma displicente, desleixada ou até mesmo desinformada pela qual vocês escolhem os seus representantes para exercerem cargos públicos. É notória a falta do hábito que vocês demonstram, de sequer questionar a vida pregressa de figuras perniciosas à sociedade e que acabam em funções de vital importância para a administração da nação. Notem que de alguns anos para cá a maioria absoluta dos políticos alvos da justiça são seus conterrâneos, são oriundos daí. Honestidade aí, parece ser virtude quando na realidade é tão somente obrigação de qualquer cidadão de bem. Aí parece não existir espírito coletivo voltado para o país como um todo, coisa que aqui se define numa palavra que pode ter caído no esquecimento, mas para nós se chama patriotismo. O regionalismo, suas características, hábitos, costumes, sotaques tudo para nós é deixado em segundo plano quando se trata de ser brasileiro. Desonestidade existe em todo o lugar, mas a tolerância a ela é que passa a ser o grande problema. Duvido que vocês não tenham algo melhor a nos apresentar do que figuras repugnantes como Renan Calheiros e seus asseclas. E não estamos aqui focando partidos políticos, mas sim pessoas, gente, decência, dignidade, moral, bons costumes, ética, honestidade e demais hábitos salutares a vida de qualquer cidadão. Esses quesitos são básicos para a boa convivência e o enriquecimento em todos os sentidos de qualquer sociedade. Por tanto, peço encarecidamente que revejam seus conceitos e critérios quando for o momento de escolher seus representantes, para que não tenhamos que remediar aquilo que é possível previnir.
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