O Ministério do Turismo do Brasil e a prefeitura de Foz do Iguaçu informaram nesta terça-feira (11) que ainda não foram contatados oficialmente pela produção do longa "Triple frontier". A produção dirigida por Kathryn Bigelow, vencedora do Oscar "Guerra ao terror", será filmada em regiões que incluem a fronteira do Brasil, Paraguai e Argentina. Na última segunda-feira, a Ministra do Turismo do Paraguai Liz Cramer disse que havia conversado com o ministro Luiz Eduardo Barreto e que ambos condenavam a realização do filme - que retrataria um possível elo da região com o terrorismo internacional. Para ela, o longa ira denegrir a imagem dos países. Contudo, segundo a assessoria de imprensa do Ministério do Turismo, não houve conversa sobre o assunto com a política paraguaia, e o órgão não comenta mais nada relativo à produção. Já a Prefeitura de Foz do Iguaçu, apesar de não contatada oficialmente, disse ter conhecimento da intenção de Kathryn Bigelow em filmar na região, mas não se opõe à realização da obra. "Temos uma comissão que estuda e apoia iniciativas que divulguem Foz do Iguaçu. Não nos cabe julgar roteiros e sinopses e estaremos dispostos a ajudá-los no que for preciso", afirmou o chefe de gabinete da Prefeitura de Foz do Iguaçu, Carlos Duso. "É um filme, né? Nova York já foi destruída inúmeras vezes nos cinemas e isso não prejudicou a imagem da cidade. Temos de ter a mente aberta. Não temos nada contra o filme e temos estutura para receber qualquer empresa e diretor de cinema que queira divulgar os cenários e belezas naturais de nossa região." A zona comercial fronteiriça entre Paraguai, Argentina e Brasil é considerada por relatórios do governo dos Estados Unidos um epicentro de conexão e financiamento de grupos terroristas islâmicos, informação negada pelas autoridades dos três países. Com pouco mais de 1 milhão de pessoas, Ciudad del Este (Paraguai), Foz do Iguaçu (Brasil) e Puerto Iguazú (Argentina) são divididas pelos rios Paraguai e Iguaçu, sendo muito visitadas por turistas atraídos pelas Cataratas do Iguaçu e pela hidrelétrica de Itaipu. Estima-se que 20.000 árabes e descendentes vivam na região, muitos deles muçulmanos dedicados ao comércio.
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