Um caramujo raro pode ser a próxima esperança no combate ao câncer. Depois de ser usado em medicamentos contra a Aids, o Megathura crenulata, ou “buraco de fechadura”, nativo da costa californiana, é protagonista na criação de vacinas para diversos tipos de câncer. Duas delas, para tumores no cérebro e no sistema linfático, já estão na etapa final de aprovação pelo FDA. A expectativa é que cheguem ao mercado nos próximos dois anos. O segredo está na superproteína encontrada no que seria o sangue do molusco, a KLH. A substância é estudada desde os anos 40 para diversos tratamentos imunológicos, mas somente a partir da década de 90 passou a ser pesquisada para o câncer. Por ser uma molécula muito maior do que o normal, uma vez em nosso organismo, a KLH incomoda os anticorpos, fazendo-os funcionar. Justamente o que não acontece no caso das doenças autoimunes. Embora sejam chamadas de vacinas (já que estimulam os anticorpos em nosso organismo), as formulações em teste atualmente serão aplicadas em pacientes já doentes. Elas irão funcionar como um tratamento complementar mais forte e com menos efeitos colaterais do que a radio e a quimioterapia. “Estas técnicas destroem o tumor. Mas também danificam o sistema imunológico”, diz Darrell Brookstein, vice-presidente da Stellar Biotechnologies, laboratório especializado na proteína KLH. Já a intenção do “buraco de fechadura” é só nos fortalecer.
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