sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Eletroencefalograma detecta consciência em pacientes em estado vegetativo

Exames de eletroencefalograma ajudaram médicos a perceber que alguns pacientes aparentemente em estado vegetativo permanente na verdade estavam conscientes, conforme estudo publicado na edição desta quinta-feira da revista científica The Lancet. A técnica poderia ser desenvolvida como uma forma portátil e mais barata de ajudar os médicos a fazer diagnósticos mais precisos e estabelecer contato com os pacientes que estão imóveis, mas conscientes, afirmaram os autores do estudo. O estado vegetativo persistente ou permanente é definido como "vigilância sem percepção consciente de si e do meio". Em estado de coma, ao contrário, o paciente carece tanto de consciência quanto de vigilância. Cientistas chefiados por Adrian Owen e Damian Cruse, do Centro de Cérebro e Mente da Universidade de Western Ontario, Canadá, fizeram um teste em 16 pacientes com danos cerebrais e em estado vegetativo, 12 indivíduos de controle saudáveis. O eletroencefalograma consiste na colocação de sensores no couro cabeludo para registrar os sinais elétricos que resultam da atividade de células cerebrais. Segundo o artigo, três dos 16 pacientes demonstraram de forma precisa e persistente uma clara resposta ao EEG quando se pediu que imaginassem movimentos com os dedões da mão e do pé direito. Sinais elétricos no topo do couro cabeludo combinaram com os dos controles quando se pediu aos pacientes para executar esta atividade motora, mesmo que seus corpos não tenham executado qualquer movimento. Os autores afirmam que não querem tirar conclusões sobre os "mundos internos" dos três pacientes na base deste experimento. Mas destacaram que compreender o processamento disto no cérebro era complexo e exige atenção contínua, selecionando a resposta correta alem de compreensão da linguagem. Ao contrário da morte cerebral, o estado vegetativo persistente não é reconhecido legalmente como morte. A síndrome de "Locked-in" é uma condição na qual o funcionamento mental é normal, mas o corpo é inerte e incapaz de responder a comandos.

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