Onda de calor de 600ºC matou moradores de Pompeia, diz estudo
Uma pesquisa feita por cientistas italianos aponta que os habitantes da cidade de Pompeia, destruída por uma erupção do vulcão Vesúvio no ano de 79, morreram instantaneamente por uma onda de alta temperatura, e não sufocados por gases, como se pensava até agora. O estudo, divulgado pela publicação científica PLoS One, foi realizado por pesquisadores do Observatório Vesuviano, ligado ao Instituto de Geofísica e Vulcanologia de Nápoles. Especialistas em vulcanologia e biologia examinaram estratos de cinzas no solo de Pompeia, moldes feitos com os restos dos corpos das vítimas guardados no museu da cidade e fragmentos de ossos. “Os ossos apresentam microfraturas, mudança de cor e processo de cristalização, efeitos característicos de altas temperaturas”, disse à imprensa Brasil Giuseppe Mastrolorenzo, coordenador da pesquisa. Segundo o vulcanologista, na primeira fase da erupção houve uma chuva intensa de pedras e cinzas que formou um estrato de 3 metros de altura. “Muitos moradores da cidade morreram soterrados, e os que sobreviveram morreram na segunda fase, devido a uma onda de calor de 600ºC, parecida com uma explosão atômica”, disse. “Todas as evidências indicam que as mortes foram causadas por exposição a altas temperaturas.” De acordo com Mastrolorenzo, a posição em que as vítimas foram encontradas é uma das provas de que a morte foi instantânea.“A posição dos moldes é a típica reação chamada cadaveric spasm (“espasmo cadavérico” em tradução literal do inglês, um enrijecimento muscular que ocorre no momento da morte), a posição vital na qual a pessoa foi atingida pela onda de calor”, explicou. “Por exemplo, o molde da mãe que ainda está com a criança no colo, o corpo do homem sentado no banheiro e as pessoas que repousavam ou dormiam.” “Em caso de morte por sufocamento, a agonia é maior, a pessoa fica consciente por mais tempo e se movimenta”, disse o pesquisador.
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