Insubordinado, folgado, trapalhão o Recruta Zero é o soldado raso mais amado do mundo veiculado em 50 países e 1.800 jornais. Sua primeira historinha foi aprovada pessoalmente por William Randolph Hearst, o "Cidadão Kane". Está entre as séries mais antigas ainda desenhadas pelo próprio autor Mort Walker (foto), que aos 86 anos, faz a tira há ininterruptos 60 anos. Beetle Bailey, que no Brasil recebeu o nome de Recruta Zero, surgiu em 4 de setembro de 1950 e fez sua fama como uma denúncia do purgatório que é o Serviço Militar, com os seus sargentos sadomasoquistas, seus superiores hierárquicos distanciados (e "paus-mandados" de suas mulheres). E os recrutas ensaboados, cheios de truques para fugir dos trabalhos pesados e da rotina espartana. Por se tratar de uma paródia debochada do militarismo, Recruta Zero pisou em ovos ao atravessar os anos mais bélicos da vida americana. Os soldados o adoravam, os generais deploravam-no. A revista Mad, em abril de 1969, "tirou" o lendário bonezinho que recobre eternamente os olhos do Zero e na sua testa estava escrito: "Caiam fora do Vietnã". Não há mais uma revista exclusiva para o Recruta Zero sendo publicada no Brasil. Isso já aconteceu no passado, primeiro com a Rio Gráfica Editora, depois Editora Globo, que editou gibis com histórias produzidas por roteiristas e desenhistas nacionais, sob aprovação do autor. O personagem ganhou aqui, no Brasil, o nome que pertence, na verdade, a outro personagem da tira, o Dentinho (Private Zero), mas que foi considerado mais adequado para os editores nacionais.
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