Um estudo mostrou que todos os humanos, exceto os de ancestralidade puramente africana, tem em seu DNA uma contribuição de 1% a 4% de elementos genéticos de neandertais, indicando que as duas espécies cruzaram entre si e geraram descendentes comuns. O estudo de quatro anos, liderado pelo instituto alemão Max Planck com colaboração de várias universidades de outros países e divulgado na publicação científica Science, desvendou o genoma, ou código genético, dos homens de Neandertal, espécie extinta há aproximadamente 29 mil anos. As conclusões surpreenderam especialistas, já que evidências anteriores sugeriam que os neandertais não haviam contribuído para nossa herança genética. O estudo também confirma que quase a totalidade dos humanos descende de um pequeno grupo de africanos que se espalhou pelo planeta, entre 50 e 60 mil anos atrás. Traços da contribuição genética do neandertal foram encontrados em populações europeias, asiáticas e da Oceania. "Eles não foram totalmente extintos, vivem um pouco em nós", disse o professor Svante Paabo do Max Planck em Leipzig. O professor Chris Stringer, do Museu de História Natural de Londres, disse que "o que realmente nos surpreendeu foram as evidências de que ocorreu algum tipo de cruzamento entre neandertais e humanos modernos". Outros especialistas se disseram surpreendidos com a alta quantidade de material genético do neandertal (até 4%) em humanos modernos. O genoma sequenciado usou DNA dos restos de três neandertais descobertos numa caverna na Croácia.Um dos desafios do projeto foi extrair material genético aproveitável dos ossos, que possuíam dezenas de milhares de anos de idade.
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