segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

E a 'marolinha' está crescendo: "Multinacionais e bancos anunciam mais de 17 mil demissões"

Multinacionais e bancos internacionais da Europa anunciaram nesta segunda-feira o corte de 17,2 mil empregos em todo o mundo. O maior corte foi anunciado pelo gigante holandês do setor bancário ING, que vai cortar 7 mil vagas. A instituição ainda não revelou quais setores da empresa serão mais afetados pelos cortes. Em outubro, o governo da Holanda injetou 10 bilhões de euros no ING para que o banco enfrentasse a crise mundial, mas o grupo financeiro calcula agora que o prejuízo acumulado pela empresa em 2008 deve chegar a 1 bilhão de euros. O ING é um dos 20 maiores bancos do mundo em termos de valor de mercado e conta com 85 milhões de clientes. Outra empresa com sede na Holanda, a multinacional Philips, anunciou a demissão de 6 mil funcionários nesta segunda-feira. Depois de registrar prejuízo líquido trimestral pela quarta vez, da ordem de 1,5 bilhão de euros, a Philips afirmou que a reestruturação de seu quadro de funcionários deve resultar em uma economia de 400 milhões de euros por ano, começando no segundo semestre de 2009. Outro anúncio de demissões nesta segunda-feira partiu da siderúrgica britânica Corus, que confirmou o corte de 3,5 mil vagas de trabalho em todo o mundo. A Corus é uma subsidiária da companhia indiana Tata e atualmente emprega 24 mil pessoas na Grã-Bretanha e 42 mil em todo o mundo. A siderúrgica, como todas as outras empresas do setor, registrou uma queda significativa na demanda nos últimos meses. No setor bancário britânico, o banco Ulster, da Irlanda, parte do Royal Bank of Scotland, anunciou o corte de mais de 700 empregos. Em meio às demissões anunciadas nesta segunda-feira, o pacote de estímulo econômico de US$ 825 bilhões do presidente americano, Barack Obama, enfrenta a oposição de congressistas republicanos nos Estados Unidos. O senador John McCain, derrotado por Obama nas eleições presidenciais de novembro, afirmou que é preciso um corte nos impostos ao invés de aumentar os gastos do governo. "É preciso reescrever muito (do plano) se quisermos estimular a economia", disse McCain, em entrevista à emissora de televisão americana Fox. "Do jeito que está agora, não posso votar." Os republicanos não têm os votos necessários para bloquear a aprovação do pacote, mas podem atrasar sua aprovação no Senado americano. Obama, por sua vez, deve realizar reuniões privadas com a liderança republicana na terça-feira para tentar convencer o partido de oposição a aprovar o plano. O pacote deve aumentar ainda mais o déficit orçamentário americano, que pode chegar a mais de US$ 2 trilhões, em meio à pior crise econômica das últimas décadas.

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