sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Mãe é condenada a sete anos por incesto na Irlanda

Uma irlandesa de 40 anos de idade foi condenada a sete anos de prisão por incesto, agressão sexual, maus tratos e negligência com seus filhos, no primeiro caso do tipo na República da Irlanda. A juíza Miriam Reynolds, que proferiu a sentença, disse que a ré destruiu a vida de seus seis filhos que, “do momento em que nasceram não conheceram nada a não ser crueldade e negligência”. A acusada recebeu a pena máxima prevista no país para crimes de incesto cometido por mulheres, de sete anos de prisão, uma pena relativamente branda se comparada com a punição máxima de prisão perpétua quando é réu é homem. A juíza destacou o fato de esta ter sido a primeira condenação de uma mulher por incesto no país, conforme a imprensa local. A lei, segundo Reynolds, foi criada há 101 anos, em uma época em que não se previa que o crime pudesse ser cometido por uma mãe. Ao determinar a pena, na Corte do Circuito de Roscommon (a noroeste de Dublin), a juíza disse que qualquer possibilidade de uma vida normal e feliz foi roubada das seis crianças no centro do caso, por uma “mulher que se identifica como mãe deles”. A ré se declarou culpada das acusações, evitando que seus filhos tivessem que prestar depoimento, mas o filho mais velho, de 19 anos, testemunhou sobre os abusos, concluindo que jamais iria perdoar a mãe. A identidade da mulher permanece em sigilo para proteger a identidade dos filhos. Eles deixaram a casa em 2004, após denúncias de assistentes sociais. Segundo o jornal local Irish Times, a casa em que viviam era imunda, com infiltrações, cheia de ratos e camundongos mortos e freqüentemente sem comida. As crianças estavam sempre sujas e maltrapilhas. Na escola, elas quase não tinham amigos e eram motivo de piada. Segundo os jornais, os casos de infestação por piolho eram tão graves que os insetos eram vistos nos rostos das crianças. A mãe é alcoólatra e teria invadido o quarto do filho de 13 anos – o segundo mais velho - em 2004, obrigando o menino a manter relações sexuais com ela. Serviços sociais estavam em contato com a família desde 1996, mas, em 2004, o filho mais velho saiu de casa depois de detalhar a negligência sofrida pelas crianças às assistentes sociais. No mesmo ano, todas as crianças foram retiradas da casa e colocadas sob os cuidados de famílias adotivas. Em 2006, o filho detalhou pela primeira vez às autoridades o incesto sofrido depois que o irmão saiu de casa. A mãe foi presa dois meses depois. Segundo o advogado de defesa Bernard Madden, a ré pediu desculpas aos filhos pelos erros que cometeu e por seu papel em destruir a vida deles.

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