quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Crise leva bilionário alemão ao suicídio

A crise financeira levou ao suicídio o bilionário Adolf Merckle, de 74 anos, um dos homens mais ricos da Alemanha, segundo informou a família do empresário. O industrial foi encontrado morto na noite de segunda-feira, após ser atropelado por um trem a apenas 300 metros de sua mansão, em Blaubeuren, no sul do país. "A precária situação econômica de suas empresas provocada pela crise financeira assim como as incertezas das últimas semanas e a sensação de impotência por não poder mais controlar a situação arrasaram o dedicado executivo familiar, e ele deu fim a sua própria vida", diz um curto comunicado divulgado pelos parentes. Merckle teria deixado uma carta de despedida aos seus familiares, em que pede desculpas pelo ato. A polícia não encontrou indícios de envolvimento de terceiros. Segundo os investigadores, o empresário teria provavelmente se deitado nos trilhos do trem. O corpo não pôde ser identificado imediatamente. Segundo especialistas do mercado financeiro, o Grupo Merckle, que inclui a farmacêutica Ratiopharm e a fábrica de cimento Heiderlberg Cement, a maior do ramo no país, tem uma dívida com os bancos de entre 700 milhões e 1 bilhão de euros (entre R$ 2 bilhões e R$ 2,9 bilhões). Outras fontes avaliam a dívida total em até 5 bilhões de euros (R$ 14,7 bilhões). Nos últimos meses, Merckle vinha buscando negociações para um empréstimo de emergência de cerca de 400 milhões de euros (R$ 1,1 bilhão) junto a um grupo de mais de 30 bancos, liderado por instituições como o Commerzbank e o Deutsche Bank, entre outras. A crise financeira internacional e especulações equivocadas com ações da Volkswagen levaram à perda de milhões de euros e mergulharam o grupo familiar de Adolf Merckle em uma grave crise financeira. Com uma fortuna estimada em US$ 9,2 bilhões (cerca de R$ 20 bilhões), Merckle estava em 94º lugar na lista dos homens mais ricos do mundo da revista Forbes e era o quinto mais rico da Alemanha.

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