terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Salva-vidas ficam fora das guaritas por falta de escadas em praia gaúcha

Quando chegou à beira-mar de Imbé, no Litoral Norte do Rio Grande do Sul, na manhã dessa segunda-feira, Karine de Matos, 30 anos, estranhou a ausência dos salva-vidas em uma das guaritas centrais. Esse e outros abrigos estão vazios por um motivo insólito: não há escadas para subir. O problema é ampliado pela falta de bandeiras para indicar as condições do mar. Desde que chegaram à praia, no final de semana, os salva-vidas de pelo menos 13 guaritas da região mais movimentada de Imbé não podem ocupar seus postos por não conseguirem subir até eles. São forçados a observar os banhistas do nível da praia – o que reduz o ângulo de visão deles e a segurança dos veranistas. “Não quer dizer que nós não vamos enxergar alguém se afogando, mas pode demorar mais”, afirma um salva-vidas. Na guarita 135, a situação foi contornada mediante o empréstimo de uma escada de um quiosque. O salva-vidas Gabriel Chaves, há seis anos na Operação Golfinho, jamais havia enfrentado problema assim: “É uma situação diferente, mas pelo menos conseguimos uma escada emprestada”. Isso já facilitou o salvamento de um rapaz de 24 anos. Um colega das proximidades decidiu se posicionar sobre o calçadão de Imbé mais elevado em relação ao nível da areia e de lá vigiar o mar com o auxílio de um binóculo. Depois, voltou para junto da guarita. Outro risco é a falta de bandeiras de sinalização. Na área do calçadão central, em nenhuma guarita tremulava a flâmula que indica o perigo no mar. Isso provocou confusão até entre os salva-vidas. Um deles indicou que o mar estava em condições de bandeira vermelha. Outro afirmou que a bandeira deveria ser amarela. Por isso, veranistas como Karine de Matos se mostravam temerosos. “Tenho quatro sobrinhos adolescentes dentro do mar e duas crianças que não deixamos entrar. Sem bandeira, fica difícil saber se o banho é perigoso”, lamentou.

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