sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Juiz saudita quer tornar homem paralítico como punição

A Justiça da Árabia Saudita poderá determinar a polêmica punição de danificar a espinha dorsal de um homem que deixou um saudita paralisado durante uma briga há dois anos. O juiz Saoud bin Suleiman al-Youssef, na província de Tabuk, no nordeste do país, determinou que hospitais da região fossem consultados para a execução da sentença. De acordo com o tribunal da cidade, Abdul-Aziz al-Mutairi, de 22 anos, ficou paralisado e perdeu um pé depois de ser atacado com uma faca em uma briga com o homem há dois anos. "Ele solicitou ao tribunal de Tabuk que o seu agressor sofra uma punição equivalente com base na lei islâmica", disse um comunicado do tribunal publicado no site saudita Khaleej Times Online. De acordo com o jornal, o homem também é saudita e na época do ataque foi sentenciado a 14 meses de prisão, mas, após sete meses, foi solto por uma anistia. O homem lecionava em uma universidade saudita. A Arábia Saudita adota uma rigorosa e conservadora lei islâmica, conhecida como Sharia. Muitos crimes são punidos na base do "olho por olho", em que vítimas podem requisitar que seus agressores sofram as mesmas consequências. O juiz al-Youssef, segundo jornais árabes, enviou cartas a vários hospitais da região de Tabuk pedindo por "conselhos" sobre a possibilidade médica de cortar a espinha dorsal do condenado e, assim, deixá-lo paralisado como sua vítima. Um dos hospitais mais respeitados do país, o Hospital Especializado Rei Faisal, da capital Riad, respondeu em carta à Corte que "causar tal mal não seria possível" por razões também éticas. Outro hospital, de acordo com os jornais locais, respondeu que era possível cortar a espinha dorsal, mas ainda não sabia se estava preparado para tal procedimento. Segundo o advogado saudita especializado em sharia, Ibrahim al-Modaimeegh, a punição poderá ser revogada caso al-Mutairi perdoe seu agressor e aceite receber uma compensação financeira, conhecida no país como "dinheiro de sangue".

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